5 de julho de 2010

Último dia - SPFW 2010 - Verão 2011

Oii pessoas!
Nossa, agora é sobre o último dia! Incrível como tudo pareceu tão rápido né?
Mas então, vamos fechar com os melhores.
Então vamos aos looks:

Gloria Coelho
Sejam quais forem as fontes de inspiração citadas no release-telegrama de Gloria Coelho, o que ela faz é sempre determinado por seu próprio estilo obsessivo e exigente. A cada vez que ela se deixa abduzir (palavra que ela utiliza para exprimir o modo com se envolve com suas fontes de interesse), fica por algumas estações aprofundando o assunto até dominá-lo, único modo de se livrar dele e passar para outra coisa. 
O tema das suas três últimas coleções tem sido a arquitetura modernista de Frank Lloyd Wright, Gehry, Niemeyer, de quem ela tirou as platibandas em fitas que tem usado repetidamente, sempre tentando dar a elas novas torcidas e funções. O próximo verão não escapou deste estudo ainda em movimento embora, esperemos, ele tenha chegado ao fim. 
Até mesmo do ponto de vista comercial a mudança deve ser feita: quem tem um vestido de fitas prata do inverno, ou do verão passado, vai continuar a usar o seu - já que outros tão parecidos e quase na mesma cor são apresentados como as novidades da próxima estação. A coleção foi linda, como sempre é. Mas pode se beneficiar de um novo tema.

Herchcovitch (Masculino)
A coleção masculina de Herchcovitch apresentada no SPFW buscou influências no ponto  comum entre Chales Chaplin, Laranja Mecânica e do quadro "O Filho do Homem" do pintor surrealista René Magritte.
A modelagem das peças se resume em muita alfaiataria. Cortes clássicos, diferenciando nos macacões e em detalhes como decote nadador e o uso do zíper como acabamento. Camisas com colarinho, blazers compridos, calças e shorts curtos e justos, e bolsos grandes se destacam. O linho de nylon, o tricoline e o tafetá foram os principais tecidos utilizados, causando a impressão do "corte perfeito e estruturado" da alfaiataria.
O dourado causa impacto e abre o desfile. Em seguida, a cartela de cores varia do cinza, caqui, marrom, passando pelo clássico preto, branco, e tem turquesa e o vermelho como destaque. A padronagem de estampas não foge muito do xadrez nas cores xinza/preto e branco, o vermelho, o caqui e o dourado aparecem em uma estampa estilo jacquard. Detalhes são destacados com cores constratantes como o turquesa, vermelho e preto.

Ronaldo Fraga
Ronaldo desta vez saiu de Minas Gerais e olhou para além das montanhas. Um roteiro de viagem para o Nordeste deu as linhas desta coleção inteiramente bordada por artesãs locais. Renda, ponto cruz, ponto atrás, formam lindos e delicados desenhos que Ronaldo sabe aproveitar tão bem. Batas brancas de rendas, tules, sedas e popelines, com transparências veladas, cores claras como são as toalhinhas de mesa e os lençóis infantis que conhecemos das feiras de artesanato fizeram a primeira parte do desfile, seguidos de azul escuro em bordados arredondados; no final mais uma entrada de brancos. Esta coleção merecia que cada espectador tivesse uma lupa para perceber a riqueza do trabalho que se perdeu muito na distância de uma passarela tão grande. Vai surpreender e encantar quem chegar perto, quando estiverem nas araras da loja.


V.Rom
Neste verão 2011, depois de uma temporada fora do SPFW, seu desfile ganhou uma expectativa extra pelo retorno de Igor (que também cuida do masculino da marca-mãe) com seu pensamento solo e livre. Mas o que chegou foi uma coleção com um pé maior no comercial e usável, o que pode ter decepcionado os órfãos do estilista prodígio.
O tema misturou elementos de alfaiataria e sportswear. Uma mescla que sempre rende experimentações interessantes. Mas que ecoou coleções já vistas nos primórdios da marca - e até soou um pouco como um trabalho para atender os desejos da Rainha, habitual patrocinadora dos tênis feitos em conjunto.
Mas são só detalhes a se observar em uma coleção cheia de peças bacanas e usáveis, assinada por um estilista mais do que competente. 
O sportswear + alfaiataria dá em bons exemplos a serem absorvidos pelos rapazes. Os shorts esportivos têm pregas, e o nylon aparece em detalhes dos paletós e calças. Os windbreakers ganham zíperes que fazem as vezes das fendas dos paletós nas costas.
Igor também sinaliza a vontade das passarelas europeias, das golas amplas e desabadas das camisetas, que caem sobre os ombros. Também acerta no bom uso de cores, com as estampas e o belo crash de listrados nas jaquetas.
Mas seu forte, como não poderia deixar de ser, são as re/desconstruções. Produz coletes angulosos e cavados, camisas fora do padrão e calças superatualizadas. É aí que a gente vê que, sob todo o viés mais fácil da V.Rom, fruto talvez de uma nova fase comercial da empresa, está um estilista que está em sintonia com a moda masculina do mundo. E que não poderia ficar de fora desse filão na sua terra natal.

Fernanda Yamamoto
Fernanda Yamamoto não desfilava desde junho de 2009, quando mostrou o verão 2010 no Rio Moda Hype, evento para jovens talentos que fazia parte do Fashion Rio. De lá para cá, abriu uma loja em São Paulo focada em vender novos nomes do design e mudou de cidade para apresentar suas criações.
Pela primeira vez no SPFW, escolheu a capital paulista como tema. Mas a São Paulo de Fernanda não é a imagem cinza e cheia de concreto que todo mundo vê. É uma cidade vista de cima, de verdade. Foi a partir de fotos aéreas que criou as estampas e texturas da coleção - ruas, avenidas e quadras viraram retângulos em relevo e coloridos espalhados de forma irregular pelas roupas.

Junto com uma assistente, trabalhou manualmente por três meses a lã e a gaze de seda até chegar às peças fluidas que mostrou. A ideia de sobrepor a transparência a shorts de tricô é uma boa saída para quem vai aderir à moda. Quanto a combinação de cores, um dos pontos fracos de Fernanda nas últimas coleções, São Paulo deve ter ajudado. Os tons de terra, verde, laranja são bem-vindos e estavam em harmonia.  
É uma roupa bonita, delicada, mas lã, no verão brasileiro, só se for para os dias em que a chuva faz a temperatura cair. E outra questão que precisa ser pensada pela estilista é em como apresentar seu trabalho: textura é algo que precisa ser sentido, tocado, e, na passarela, pode perder o impacto que causaria  visto de perto.


André Lima
Nada melhor do que encerrar a edição de verão 2010 em alto astral e vibração. Nesse clima, André Lima apresentou a última coleção do Calendário com 21 vestidos, longos e curtos, numa exaltação ao shape e ao movimento do corpo. "A roupa, além do abrigo, é experimentação", disse o designer.
Desta forma, na equação de Lima, tecidos nobres, cortes impecáveis, silhuetas com dorsos marcados, assimetrias, babados em pregas tridimensionais, saias em rabos de peixe ou mega balonês e decotes com abas sinuisas criam vestidos glamourosos que recriam exuberantemente a anatomia.
Nas cores, ma explosão de alegria em amarelo, rosa, prata, dourado e xadrezes redesenhados em preto e branco, linhas, riscos, estampas geométricas ou caleidoscópicas.
Os vestidos em pequenos paetês quadrados, em prata e dourado, perfeitos para divas tropicais, além dos longos-sonhos, amplos e em tons quentes.

Espero que tenham gostado finalmente da semana da moda mais famosa do mundo: São Paulo Fashion Week.
Ela nos mostra um pouco do mundo glamouroso, frenético, único, inacreditável de pura e extensa expansão de ideias e criatividade.
Agora só mais no final do ano, quando teremos novamente a semana da moda Inverno 2011.
Nos vemos nessa também =]


YEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEAH!

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